quarta-feira, 4 de março de 2009

O Pai que viu morrer seus filhos...

A propósito da "morte" da Rollei, pus-me a pensar na fotografia analógica, digital, nos formatos, etc...

As cameras de grande formato surgiram em 1839, com o Daguerreotipo e o primeiro obturador mecanico surgiu em 1862. As cameras de grande formato na sua forma e modo de funcionamento mudaram muito pouco e talvez seja essa uma das razões para a sua longevidade. Quando a primeira Rolleiflex surgiu, já as GF tinham 90 anos de idade. Neste momento com 170 anos, o GF parece aguentar-se em forma e, dos representantes actuais da fotografia analógica é, sem dúvida alguma, o que está de melhor saúde.
Curiosamente, continua a ser o formato que melhor qualidade apresenta, depois de 170 anos de evolução. Conseguiu, também, adaptar-se aos tempos modernos, sendo o único sistema fotográfico analógico que pode receber uma plataforma digital sem alteração da sua configuração (basta colocar um back digital numa 4x5", em vez do tradicional chassis).
Ao longo dos anos, décadas e seculos que foram passando, foi construído em vários materiais, madeira, aluminio, magnesio, latão, aço, titânio, MDF, fibra de carbono e outros materiais compósitos, etc.
É também curioso constatar que algumas marcas recentemente aparecidas no mercado internacional optem pela construção em madeira e latão, tal como acontecia nos primeiros modelos de 1839. Embora alguns fabricantes utilizem o aluminio, aço ou titânio nas suas ferragens a madeira, um material nobre, continua a ser o preferido por muitos contrutores recentes, para a construção da base da camera, como é o caso da Ebony, Shen Hao, Chamonix, Canham e Tachihara, entre outros.
Penso que estamos, pois, perante um caso de enorme sucesso e que, provavelmente vai ser o unico sobrevivente da fotografia analógica, num futuro que se configura cada vez mais próximo!

3 comentários:

  1. Prezado Nanã

    Boa idéia do blog, pois permite divulgar melhor seus muito bem escritos textos. O único contratempo é que blogs, sites e fóruns consomem nosso precioso tempo que, de outra forma, gastaríamos dentro do laboratório!!!

    Quanto ao assunto acima, eu acrescento: uma câmera de grande formato, preferencialmente tipo field, é uma das mais interessantes criações humanas! Ela é robusta, você mesmo conserta muitas das quebras, as lentes são quase eternas e com obturadores que até um relojoeiro conhece. Sua habilidade para se adaptar é inacreditável. Placa de vidro, pinhole, filme plano, filme de rolo, back digital e escaner, faz macro e vira até ampliador.

    E não quebra!!! Assim, depois de décadas de uso, se você se cansar dela, é só passá-la para seu filho, seu neto, vendê-la quase pelo mesmo preço que pagou (ou, dependendo do caso, com lucro!) ou simplesmente, se ela for de madeira, deixar enfeitando a mesa da sala!
    Uma grande formato, tipo field, é o melhor investimento que se pode fazer em fotografia!

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  2. Gosto de te ver deste lado, do lado dos blogers, bloguistas, ou seja lá o que é!
    E, claro está, não posso deixar de concordar contigo ... é que ainda por cima estes artefactos para além da utilização fotográfica que se queira e consiga dar, são, por si só, sexy.
    Um grande abraço.
    Fernando Santos Correia

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  3. De fotografia não percebo muito, como sabes. Todavia acho que tens razão. Os "Grandes Formatos" devem ser mantidos...sobretudo num país que sistematicamente se contenta com "pequenos formatos". Vai sendo tempo de dar espaço a quem tem e quer aplicar grandes formatos!
    Um abraço e saudações bracialenses
    Zé Ferreira

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