quarta-feira, 11 de março de 2009

Analógico & Digital

Nas máquinas analógicas, os erros, pagam-se...
nas digitais, apagam-se!

segunda-feira, 9 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

O Circo Lusitânia

Este país começa a parecer-se perigosamente com um circo. Resolvi criar um jogo, dedicado ao nosso país, o jogo do Circo Lusitânia...joguemos, pois...

Regras do jogo:

1 - Você pode escolher ou eleger os intervenientes neste espectáculo, o Circo, o "Maior Espectáculo do Mundo"!!!!!

2 - O sucesso deste espectáculo depende inteiramente de si, é você que escolhe os "artistas".


O Compère

A encabeçar o elenco temos o Compère, alguém que anuncia o desfile, com um discurso proferido numa entoação que soa sempre um pouco teatral e que nos faz pensar que o espectáculo é muito melhor do que, na realidade, é!
É uma arte que não é para todos, conseguir convencer o público de que a performance dos "artistas" vale ouro, quando por vezes se trata apenas de alumínio ou volfrâmio! Há um homenzinho neste momento a "actuar" em Portugal que encaixa perfeitamente na figura do Compère! Não vou referir nomes, porque deste modo cada um pode "construir" este circo à sua maneira, distribuir tarefas, dar emprego aos amigos, conhecidos, etc. É mais "democrático"! ;-)


O Domador

Ora bem, depois do Compère, temos o Domador! O Domador é o mais destemido interveniente neste espectáculo. Eu já elegi a pessoa indicada para o lugar de Domador. É ele que domina as Feras, ninguém se mete com ele, pois se não tem medo das Feras, não tem medo de ninguém, além disso, raramente se engana, logo, convém respeitá-lo.


Os Ilusionistas

Seguem-se os Ilusionistas: mesmo que tentemos perceber como eles nos enganam, estão sempre muito à nossa frente. Os truques vão desfilando debaixo do nosso nariz e, por mais atenção que tenhamos, raramente conseguimos descobrir como o fizeram.
Quando, um dia, percebemos uma das maroscas, já é tarde, pois há muito que a abandonaram e têm agora, na manga, uma data de truques novos!
Vote no seu Ilusionista preferido.


As Feras

As Feras dependem directamente do Domador, pois são muito perigosas. Apenas o Domador as controla, embora algumas mais traiçoeiras possam, por vezes, assustar, ferir, ou mesmo matar o Domador. Se estiverem à solta, estas Feras aterrorizam a população...
Agora você pode eleger as suas Feras mas, tenha cuidado, lembre-se de que algumas delas podem ser traiçoeiras, estão apenas à espera que você as escolha para o espectáculo e, quando menos espera, revelam-se incontroláveis, mesmo para o Domador...


Os Tratadores dos animais

Estes devem ser escolhidos cirurgicamente. São eles que mantêm as Feras bem alimentadas e limpas, o que é imprescindível pois, quando as Feras estão esfomeadas, o perigo espreita. As Feras podem comer os outros animais e, em última instância, comer-se umas às outras!
São também eles que alimentam os animais mais pacíficos que, embora não comam ninguém, podem fazer muito barulho quando estão esfomeados. Ninguém consegue trabalhar num circo se todos os animais estiverem a berrar, grunhir, balir, ladrar, rugir, etc.
Escolha, portanto, com cuidado, os Tratadores!


Os Contorcionistas

Aqui está uma classe fácil de arrumar em qualquer lado. São os que conseguem adaptar-se facilmente a qualquer situação ou posição, por mais desconfortável que seja. Portugal é fértil em artistas desta classe. Escolha à vontade, tem muitos e bons, para escolher...


Os Trapezistas

Os Trapezistas são ousados e destemidos. Voam por cima de todos, com muita velocidade, muitas piruetas e até saltos mortais. Normalmente, nem olham para baixo, pois não se podem distrair com o que se passa cá por baixo. Concentram-se apenas nos seus voos, quase sempre muito perigosos. Actuam sempre em conjunto, há vários grupos de Trapezistas.
O Circo depende deles, não há Circos sem Trapezistas.
O Circo Lusitânia, porém, é um Circo perigoso, pois tem uma rede de segurança que já não é muito segura. Há muito tempo que os trapezistas pedem uma Nova Rede, pois, de vez em quando, há um que cai...


Os Equilibristas da Corda Bamba

Os Equilibristas da Corda Bamba são os "resistentes" do Circo. Por muito que a coisa vacile, estes artistas, conseguem manter-se no "posto"! Por vezes escorregam e até ameaçam que vão cair mas, no último momento, quando ninguém espera, conseguem agarrar-se, nem que seja só com uma mão, voltando rapidamente à posição inicial. Normalmente, arrancam grandes salvas de palmas à audiência.


Os Malabaristas

Estes artistas conseguem trocar de mão várias coisas, sem que vejamos como o fazem. É muito difícil fazer tantas trocas sem deixar cair algumas coisas no chão. Estes artistas fazem-no com uma destreza incrível. Por vezes, iniciam o intercambio entre dois artistas, durante alguns minutos, para depois se lhes juntarem outros que trazem consigo mais apetrechos para “trocar”. É muito interessante ver como conseguem manusear tantos apetrechos e tantas operações de “câmbio”. Olhamos, vemos, podemos perceber que há Trocas & Baldrocas mas, não conseguimos descortinar exactamente como partem dumas mãos e chegam a outras. Requer muita habilidade e velocidade de manuseamento.


Os Equilibristas

Normalmente, estes artistas actuam aos pares. Há os que se equilibram e há as bases, os que aguentam o peso dos que estão por cima.
Os de cima ficam sempre melhor na "fotografia", são mais esbeltos e fazem mais figura. As bases são mais atarracadas e suportam sempre o espectáculo que mora em cima.
Durante o show, quem brilha é o equilibrista do primeiro andar mas, na hora dos aplausos, este agradece e, desenhando uma elegante faena, aponta para o do rés-do-chão, tentando convencer o público de que as bases são primordiais para o espectáculo. É bonito de se ver...



Os Palhaços

Estes são os mais engraçados de todo o elenco! Não há Circo sem palhaços. Bem...pensando bem, até há, na China! Os Circos chineses não têm palhaços. Acho que já perderam a vontade de rir há muito tempo...é um Circo em que ninguém tem vontade de rir.

Nós, por cá, temos imensos palhaços. Há palhaços Ricos e palhaços Pobres. Nenhum Circo que se preze tem palhaços Remediados. Um Circo a sério, só deve ter Palhaços Ricos e palhaços Pobres. A grande diferença entre uns e outros é que os palhaços Ricos não têm graça nenhuma, enquanto que os palhaços pobres fazem rir toda a gente, incluindo o público e todo o elenco do Circo.
É uma classe à parte.
Trapezistas, Malabaristas, Domadores, Equilibristas, etc., apresentam espectáculos mais ou menos arriscados, ostentam um guarda-roupa rico em lantejoulas e mantêm a audiência em suspense, enquanto os palhaços pobres se vestem com trapos remendados, têm o narizinho vermelho e fazem rir toda a gente.

Chegou a hora de escolher o seu palhaço! Vote em mim, que eu voto em si...




E...por último...


O Público

O Circo Lusitânia já foi um Circo de nível mundial. Actualmente, apenas se apresenta na Europa, onde tem dado espectáculos monumentais.
O Circo Lusitânia tem um camarote presidencial, onde, normalmente, se senta o Chefe deste público europeu, para daí poder apreciar bem todo o espectáculo.
O Chefe, regularmente, dá indicações ao Compère e ao Domador, afim de se irem juntando, modificando, substituindo ou afinando, alguns números do Circo, melhorando, deste modo, o espectáculo...



E viva a Palhaçada!!!!



Um abraço deste vosso amigo e palhaço,



Nanã Sousa Dias

sábado, 7 de março de 2009

Os 3 Mosqueteiros...

Tive de eleger 3 Mosqueteiros porque, neste momento já há poucos e é absolutamente necessário cuidar dos últimos exemplares, pois estão em vias de extinção.

Elegi os seguintes:

Medina Carreira
António Barreto
Alexandre Soares dos Santos

O Medina Carreira e o António Barreto são sobejamente conhecidos, já o Alexandre Soares dos Santos, não tanto mas, as suas funções como Administrador do grupo Jerónimo Martins catapultam-no automáticamente para o portal dos famosos, mesmo que involuntariamente.

Pois bem, estes 3 senhores têm, na minha opinião, a enorme virtude de não terem papas na língua. Aconselho vivamente a que sigam as suas declarações e pensamentos, relativamente à situação do país a nível político, económico e social.

Alexandre Soares dos Santos deu esta semana uma entrevista, salvo erro, à Sic Notícias em que abriu o jogo completamente e, caso raro em portugal, numa linguagem simples mas, correcta, chamou os bovinos pela sua verdadeira graça.
Claro que a rapaziada do Partido Socialista não achou graça nenhuma, como seria de esperar.

Numa busca que fiz no google, descobri esta "pérola"!

Note-se que se trata de um forum de simpatizantes e militantes socialistas que anuncia no seu cabeçalho que se trata nem mais nem menos de um:
"Espaço aberto à participação RESPONSÁVEL, CRÍTICA e CONSTRUTIVA de qualquer cidadão, em especial dos Socialistas."

Qual não foi o meu espanto quando, no texto em que se critica a entrevista dada pelo Alexandre Soares dos Santos se referem ao mesmo utilizando vários títulos
que eu classificaria como muito pouco "responsáveis e construtivos", tais como:

"o homem"
"pobrezinho"
"Sr Santos"
"o idiota do Santos"
"senil"

Para ler o texto completo: http://pslumiar.blogs.sapo.pt/1366270.html

Palavrão do Dia #1 - Palimpsesto

Um palimpsesto é uma página manuscrita, pergaminho ou livro cujo conteúdo foi apagado (mediante lavagem ou raspagem) e escrito novamente.

É, meus amigos, é mesmo um palavrão! Ouvi esta palavra pela primeira vez há vários anos (já não me lembro onde, mas, cheira-me que deve ter sido proferida pelo nosso caro amigo José Hermano Saraiva) e ficou-me para sempre na memória, quão estranha era a sua fonética.

De vez em quando utilizo-a, provocando, geralmente, nos meus interlocutores, uma expressão de estranheza & espanto! Pelo menos em alguns, dos mais atentos e utilizadores regulares da massa encefálica, porque outros, adoptam uma expressão facial tão comum nos dias de hoje, muito semelhante às paredes graníticas das casas de Terras de Bouro, também elas perfeitamente inertes...

E pronto, como é que se pode introduzir uma palavra tão antiga como bizarra, num texto ou frase da nossa querida língua portuguesa de modo a que possamos reciclá-la?

Aceitam-se sugestões...

Para já, eu vou começar com:

"O José Sócrates e o seu governo estão a necessitar urgentemente de um Palimpsesto!"

" A Democracia e a Sociedade portuguesas estão a precisar, urgentemente, de um Palimpsesto sustentável!"

sexta-feira, 6 de março de 2009

quarta-feira, 4 de março de 2009

O Pai que viu morrer seus filhos...

A propósito da "morte" da Rollei, pus-me a pensar na fotografia analógica, digital, nos formatos, etc...

As cameras de grande formato surgiram em 1839, com o Daguerreotipo e o primeiro obturador mecanico surgiu em 1862. As cameras de grande formato na sua forma e modo de funcionamento mudaram muito pouco e talvez seja essa uma das razões para a sua longevidade. Quando a primeira Rolleiflex surgiu, já as GF tinham 90 anos de idade. Neste momento com 170 anos, o GF parece aguentar-se em forma e, dos representantes actuais da fotografia analógica é, sem dúvida alguma, o que está de melhor saúde.
Curiosamente, continua a ser o formato que melhor qualidade apresenta, depois de 170 anos de evolução. Conseguiu, também, adaptar-se aos tempos modernos, sendo o único sistema fotográfico analógico que pode receber uma plataforma digital sem alteração da sua configuração (basta colocar um back digital numa 4x5", em vez do tradicional chassis).
Ao longo dos anos, décadas e seculos que foram passando, foi construído em vários materiais, madeira, aluminio, magnesio, latão, aço, titânio, MDF, fibra de carbono e outros materiais compósitos, etc.
É também curioso constatar que algumas marcas recentemente aparecidas no mercado internacional optem pela construção em madeira e latão, tal como acontecia nos primeiros modelos de 1839. Embora alguns fabricantes utilizem o aluminio, aço ou titânio nas suas ferragens a madeira, um material nobre, continua a ser o preferido por muitos contrutores recentes, para a construção da base da camera, como é o caso da Ebony, Shen Hao, Chamonix, Canham e Tachihara, entre outros.
Penso que estamos, pois, perante um caso de enorme sucesso e que, provavelmente vai ser o unico sobrevivente da fotografia analógica, num futuro que se configura cada vez mais próximo!

Necrologia (Parte II)

Tive há alguns minutos conhecimento do falecimento deste senhor.

Fomos companheiros do quotidiano, mantendo uma relação de amor-ódio mais ou menos estável durante muitos anos...

Gostaria muito de não o substituir por um novo candidato mas, infelizmente, parece-me que não vai ser possível, não me consigo livrar destes rapazes...

Lembro-me muitas vezes de uma das frases mais estúpidas de sempre:

"Deixar de fumar? Nem pensar, é das coisas que sei fazer melhor!"

Não sei quem é a besta que reclama os direitos autorais desta enormidade mas, por vezes, dou comigo a pronunciá-la.

"O Português Suave Amarelo morreu!"

Que se lixe o Português Suave Amarelo...

Necrologia


Hoje é um dia triste...
Faleceu esta senhora aos 80 anos de idade...
Os seus admiradores, utilizadores, vendedores e compradores, desejam prestar a última homenagem, àquela que registou tantas imagens que fazem parte da História da Humanidade e que serviu de base à construção de carreiras de tantos fotógrafos ilustres, tendo até participado numa (pelo menos) canção de Tom Jobim, de seu nome "desafinado", "fotografei você na minha Rolleiflex, revelou-se a sua enorme ingratidão..."
Saiu a notícia da insolvencia da Rollei. O falecimento da maioria das máquinas SLR de 35mm foi gradual e silencioso, o que é normal pois as marcas começaram a lançar produtos SLR digitais e a barulheira que provocava cada lançamento destes novos modelos digitais, abafava o tímido som provocado pelo falecimento dos produtos analógicos, que foram desaparecendo dos escaparates de modo silencioso, restando neste momento a Leica, a Voigtlander e a Zeiss com alguns modelos rangefinder.
Já com o médio formato a coisa é um pouco diferente, pois algumas marcas fabricavam apenas modelos MF, tendo o seu desaparecimento provocado mais algum barulho.
Bronica, Contax, Rolleiflex, marcas que desapareceram, a Pentax parou a produção de máquinas analógicas, a Fuji, idem e, neste momento, restam apenas 2 modelos nos catálogos da Mamiya (7II e RZ67), um no catálogo da Voigtlander (Bessa III, um modelo que, curiosamente, foi lançado este ano) e um no catálogo da Hasselblad (a 503).
Parece, portanto que estamos a viver os últimos dias do médio formato analógico.
Os problemas começarão a surgir dentro de 10 anos, quando começarem a faltar peças de substituição para estas máquinas todas.
Será que, digamos, daqui a uns 20 anos os fotógrafos que têm maquinas de MF andarão a reciclar peças de várias cameras, tal como fazem os cubanos com os Buick, Dodge e Chevrolet dos anos 50?
A Rollei morreu...viva a Rollei!