segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O que será, que será...

Lembrei-me, entretanto, de algumas composições do Chico Buarque...

"Meu caro amigo", Quem te viu e quem te vê", "Olhos nos Olhos", "Cara a cara", "Amigo é pra essas coisas", "Trapaças" "Sob medida", "Basta um dia", "Na carreira", "Vence na vida quem diz sim". "Onde é que você estava", "O dia em que Cristo falou"? "Velho Chico", "Você não ouviu" "Uma palavra"? "Alô, Liberdade", "Todos juntos", "Sempre em frente"? "Tira as mãos de mim", "O Juiz apitou", "Cuidado com a outra", "Essa moça tá diferente". "Tantas palavras", "Filosofia", "Sonho impossível"...."Se eu soubesse"... "A ópera do malandro", "O que será, que será"? "Pois é", "Talvez eu saia por aí", "Injuriado", "Essa passou", "Já passou".
"De todas as maneiras", "Quem ri melhor"..."Sou eu"...

Texto: (Nanã Sousa Dias)


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ai Portugal, Portugal...

Há 2 dias, em Lisboa, perto do hotel Altis da Castilho, entrei num café normalíssimo. Ao balcão estavam 4 pessoas, uma delas perfeitamente normal, um casal que parecia normal e um outro que chumbou logo no "teste", pois estava a falar ao telemóvel e a comer ao mesmo tempo. O imbecil além de estar a falar com a boca cheia, em vez de parar de comer, continuou a enfiar coisas dentro da bocarra e, pior do que tudo, comia de boca aberta, mesmo quando não estava a falar. Como se tudo isto não fosse já um quadro de miséria, utilizava a língua para revolver tudo o que tinha dentro daquela coisa que mais parecia uma betoneira, pois a língua rodava para revolver a "massa". Enfim, espectáculo deprimente. O casalinho que, como disse, parecia normal, de repente, passou à acção. Nada fazia prever o que se ia seguir, pois ele tinha um ar perfeitamente normal e ela até tinha um certo ar de "tia", cheia de pulseiras, madeixas, etc...foi então que ele espetou o mindinho, como quem desembaínha o sabre antes da contenda e zás, começou a palitar os dentes!!!!! Não parecia nada preocupado por estar ali mais gente, a coisa, via-se bem, era perfeitamente normal, para ele. Ela, enquanto ele brandia o sabre, escarafunchando com vigor e sapiência, utilizava a técnica do palito hidráulico, fazendo a língua libertar a dentuça de restos de comida, fazendo lembrar, de modo constrangedor, as vacas, encostadas às cercas, a ruminar e a observar os humanos que observam.
Foi então que uma empregada veio ter comigo e disse:

ela: - pois não?
eu: - boa tarde, queria uma imperial, um croquete e mostarda, se faz favor...
ela: - oi?
eu: - uma imperial, um croquete e mostarda, se faz favor...
ela: - uma imperiau e um croquetechi eu intindji maiss essa outra coisa que o siô falou, eu num intindji, não....sabi, eu ainda sinto dificuldadji em intendê o sotaqui portuguêis!
eu: - desculpe, a senhora é que tem sotaque, eu sou português, não tenho nenhum sotaque e, apesar do seu sotaque, eu entendo bem o que a senhora diz mas, vamos lá tentar....mossstarda...
ela: - Aaaahhhh...mossstarda, agora, intindi!!!

Foi uma visita que não correu muito bem...mas, enfim, a empregada, coitada, não tem culpa nenhuma , agora, os outros 3, portugas, esses não têm desculpa nenhuma...

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

MUCHACHOS MUY MODERNOS, COOL, BLASÉ ou DEMODÉ?



A três anos de entrar na idade do sexo, ou seja, de me tornar sexagenário, constacto que me sinto cada vez mais “fora do baralho”, tal como o Rei de Copas.
Continuo a utilizar, no meu discurso, demasiadas palavras portuguesas e, pior ainda, constacto que, dentro dos poucos estrangeirismos que utilizo, alguns são franceses e até espanhois, o que faz com que, na presença de alguns muchachos muy modernos, a bola bata na trave e regresse ao ponto de partida, completamente intocada.
Demodé, é o meu estado actual, é o que é e é bem certo, como se diz na minha terra, da zona saloia, Torres Vedras, pois então.
Preciso de me actualizar e preciso de fazê-lo rapidamente, tornar-me cool e esquecer termos como “hecho”, “blasé”, “va bene”, “oui”, “vollet”, na “mouche”, etc.
Sendo assim, vou tentar chegar o mais rapidamente possível ao público-alvo….perdão….ao target, esquecendo para sempre espanholadas, francesismos e italianices, substituindo-os por termos ingleses, como outsourcing, lounge, brainstorming, incoming, darkslide, filmholder, lightmeter, lodge, flat, cool, brother, meeting, pool, outlet, shot, vibe, man, etc…

See you, brother….


sábado, 13 de setembro de 2014

Chamar Cherne ao Zé? Não me parece grave....

Não me parece grave a Margarida Uva Durão Barroso chamar Cherne ao Zé...

Seria mais grave a Hillary Clinton chamar Cherne ao Bill...

(Nanã Sousa Dias)

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sou um fotógrafo saloio...

Confesso que sou um fotógrafo saloio....
Gosto de fotografar perto de minha casa, aliás, vim morar para perto da Ericeira porque a zona é rica em arribas, falésias, praias fotogénicas, calhaus rolados e agrestes, tudo isto num raio de 50km. Nasci e vivi grande parte da minha vida na zona saloia, gosto disto e espero poder permanecer por aqui durante mais alguns anos, antes do "obturador" de fechar de vez.
Tenho alguma dificuldade em chegar a um local desconhecido e fazer boasfotografias, preciso de tempo para "ruminar", observar a coisa de diversos ângulos, perceber como funciona a luz e as sombras durante as 4 estações do ano, observar o mar, o açoreamento/desaçoreamento, a acção das marés na paisagem, etc, etc....muitas vezes, regresso aos mesmo locais onde já fiz dezenas de fotografias, tentando que os meus "actores" me surpreendam com uma nova "performance". Um amigo meu, dizia-me uma vez: "eh pá, andas há anos a fazer a mesma fotografia!" Se calhar ele até tem razão mas, ando a refazê-la porque ainda não me satisfez completamente. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

Terceiro Mundo

Terceiro mundo também é...

1 - Cuspir para o chão

2 - Atirar lixo pela janela do carro

3 - Atirar beatas para o chão quando se tem um cinzeiro a 2 metros

4 - Enterrar os papelitos e outros lixos na areia da praia, depois de verificar que ninguém está a olhar

5 - Fingir que não viu a velhota atrás de si e que apenas comprou um raminho de coentros e obrigá-la a esperar que façam a nossa conta de um carrinho cheio de compras de supermercado

6 - Fazer uma cara de espanto, ao melhor estilo de teatrinho de aldeia, quando a empregada da caixa pergunta ao cabotino se não se importa que a senhora do raminho de coentros passe à frente, argumentando que não reparou, quando toda a gente da fila sabe perfeitamente que o imbecil estava farto de saber que a senhora só tinha o tal raminho de coentros

7 - Estar todo o tempo de trombas atrás do balcão....do café, do restaurante, da loja de roupa, da repartição de finanças, do hospital, etc, etc, etc.

8 - Acelerar nos últimos 10 metros do semáforo com controle de velocidade, obrigando o infeliz que vem atrás a parar

9 - Andar no transito à hora de ponta a escarafunchar a narina com o mindinho, achando que ninguém vê

10 - Aproveitar o sinal vermelho para escarafunchar o ouvido com o mindinho direito e retirar a cera com o mindinho esquerdo para, em seguida, sacudir os restos pela janela do carro

11 - Passar em marcha lenta para observar o acidente que ocorreu na faixa contrária, na esperança de que tenha havido sangue, tripas de fora ou qualquer outra desgraça alheia, para poder "brilhar" no café do bairro, a seguir ao telejornal, sem referir que contribuiu para o congestionamento do transito.

12 - Gritar que nem um estúpido durante o jogo do Codeçais de Mões com o Carrazeda de Anciães e acabar por ficar rouco o resto da vida

13 - Não agradecer ao automobilista que o deixou passar e fazer-se desentendido

14 - Não agradecer à pessoa que abriu a porta do centro comercial e o deixou passar, apenas porque é idoso, logo, pode fazer o que lhe apetece, pois cortaram-lhe a pensão de reforma e tem vários problemas de saúde, enfim...já "deu"...

15 - Não agradecer à pessoa que segurou a porta do centro comercial e fingir que nem sequer viu

16 - Não olhar para as pessoas quando se fala com elas, vá-se lá saber porquê...

17 - Achar que uma pessoa não é de confiança, porque vive na província mas é de Lisboa (até prova em contrário)

18 - Tentar não passar pelo lava-pés da piscina pública, fazendo um esforço hercúleo e uma coreografia ridícula

19 - Coçar a parte da frente ou de trás das calças, em público

20 - Usar um palito depois do almocito e ficar a "ruminá-lo" toda a tarde

21 - Depois do almocito, optar pelo palito "hidráulico", fazendo pressão de vácuo entre a língua e os dentes

22 - Achar que tossir para disfarçar um peido, é sinal de boa educação e esperteza

Enfim...poderia chamar-se "História Interminável, Vs X, Y ou Z"....

terça-feira, 8 de abril de 2014

Positivo e negativo

O meu pensamento é positivo, o problema é o saldo negativo...

(Nanã Sousa Dias)

terça-feira, 4 de março de 2014

Facebook

o facebook é aquele sítio onde muita gente diz o que pensa e não faz o que diz...
(Nanã Sousa Dias)

domingo, 26 de janeiro de 2014

O Frango atravessou a rua...

"O Frango atravessou a rua..."

Platão : "Porque queria alcançar o bem."

Aristóteles: "Porque é da natureza do frango atravessar a rua."

Descartes: "O frango pensou antes de atravessar a rua, logo, existe."

Rousseau: "O frango, por natureza, é bom; a sociedade é que o corrompe e o leva atravessar a rua."

Freud: "A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a rua já é um sintoma de insegurança sexual."

Darwin: "Ao longo dos tempos, os frangos vêm sendo seleccionados de forma natural, de modo que, actualmente, a sua evolução genética fê-los dotados da capacidade de cruzar a rua."

Einstein: "Se o frango atravessou a rua ou se a rua se moveu em direcção ao frango, depende do ponto de vista... Tudo é relativo."

Martin Luther King: "Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos livres podem cruzar a rua sem que sejam questionados os seus motivos. O frango sonhou."

Ora bem...eu decidi juntar algumas, da minha autoria.... ;-)

Amália Rodrigues
"Ai... aos saltinhos pelas tabuinhas, o frango atravessou a rua...brigada...brigada...brigada..."

Carlos do Carmo
"O frango atravessou a rua, tu o disseste, meu caro!"

Vasco Pulido Valente
"O frango atravessou a rua, porque este frango que afinal não passa de um franganote, é um cabotino iletrado, afecto à vermelhidão que domina as estepes abriladas a sul do Tejo, acéfalo, incongruente e iconoclasta...hic!"

Mafalda Veiga
"O frango atravessou a rua do lado norte para o lado oposto, porque era um pássaro do sul..."

Adelaide Ferreira
"O frango atravessou a rua, porque Lisboa tem muito trânsito, tem muito trânsito, tem..."

João Pedro Pais
"O frango atravessou a rua…
a rua que não é tua
que também não é falua
por isso, não amua
 e eu adoro a Lua.
O frango que não é tango,
para alcançar um morango,
atravessou porque se lembrou
que não é um grou
e eu daqui me vou…”

Rui Santos
“O frango atravessou a rua… tem de se mudar o sistema de uma vez por todas, porque isto dos clubes e dos dirigentes quererem dominar tudo, tem de acabar! Se o frango não atravessa, é porque não atravessa, se o frango atravessa é porque atravessa e ai, ai, ai, que não pode ser! Mas que raio de democracia é esta?"

Carolina Patrocinio
“O frango atravessou a rua… eu adoro imenso frango, tanto do lado de lá como do lado de cá da rua do pai mas, só como se a minha empregada tirar a pele e os ossinhos todos!"


Fernando Girão
"Sarupá, sarupá, sarupá, sarupá, sarupá
saru...pássaro, o frango atravessou a rua em busca de um alien perdido que o leve daqui para fora..."

Gabriel Alves
"O frango atravessou a rua …ultrapassou tudo e todos e ainda mais um ou dois, percorrendo ora com a pata esquerda ora com a direita, ora com a que calhava, todo o perímetro do rectângulo orlado por uma bela moldura humana, tendo-se, finalmente, imiscuído na baliza do adversário! Um belo frango, sem dúvida!"

D.Duarte
"O frango atravessou a rua …ainda agora eu e a minha Isabelinha comentávamos que o frango tinha alguns traços genéticos que não deixam dúvidas quanto ao seu parentesco com o Pato Real..."

Mário Crespo
“O frango atravessou a rua… e durante 60 minutos nós, aqui na SIC Noticias fizemos a cobertura, com a excelência deste jornalismo…”

Zé Cid
“ O frango atravessou a rua…e agora, todos!”

Álvaro Cunhal
“ O frango atravessou a rua? Olhe que não, doutor, olhe que não…”

Vítor Espadinha
“Sim…eu sei…o frango atravessou a rua…”

Rui Veloso
“ O frango atravessou a rua? Nada disso…
O frango vem…e atravessa o rio…”

Jorge Palma
“O frango atravessou a rua…porque é frágil, já não consegue ser ágil!”

Fernando Pessa
“O frango atravessou a rua… e esta, hein?”

Artur Albarran
“O frango atravessou a rua…algures, no médio oriente…”

Marcelo Rebelo de Sousa
“O frango atravessou a rua…Bom! Se atravessar, vai parar ao outro lado…mas se não atravessar fica deste lado…Bom! Se ficar deste lado, não ficará do outro mas, se ficar do outro também não ficará deste…Bom!”

Manuela Moura Guedes
“O frango atravessou a rua…e eu sou a Manuela Moura Guedes!”

Sérgio Godinho
“O frango atravessou a rua…Cócorócócó…cócóró…córócócó…”

Black Company
“O frango atravessou a rua…porque não sabe nadar…yô!”

Vítor Baía
“O frango atravessou a rua…e enfiou-se na minha baliza…”

Fernando Mendes
“O frango atravessou a rua…e eu comi-o!”

Fernando Rocha
“O frango atravessou a rua…o ganda filha da puta do cuaralho cu fuoda!”

Pedro Abrunhosa
“O frango atravessou a rua…? Socorro, está apaixonado!”

Paulo Gonzo
“O frango atravessou a rua…So do I…”

Lena d’Água
“O frango atravessou a rua??!!…bah…demagogia!”

Trabalhadores do Comércio
“O frango atravessou a rua…Chamem a Polícia!!!!”

sábado, 11 de janeiro de 2014

Novos tarifários dos Correios...

Com os novos tarifários dos correios, vou indagar quanto custa, por exemplo, enviar uma carta da Picha ao Vale da Rata, de Cabrões para o Deserto, de Vergas para Vila Nova do Coito, de Pés Escaldados para o Purgatório, de Venda da Gaita para a Quinta de Comichão, da Bicha para a Cama Porca, do Colo do Pito para o Coito, do Mal Lavado para a Porca, do Monte dos Tesos para a Pobreza, do Rego do Azar para Punhete, da Senhora do Alívio para a Vaginha...

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O paleio técnico...



Gosto muito de ouvir o paleio técnico das polícias e alguns jornalistas, quando relatam "ocorrências" ou "situações".

Um carro, mota, camião, bicicleta ou até mesmo uma carroça, viram automaticamente uma "viatura", "velocípede", com ou sem motor ou um "veículo de tracção animal". Nunca se ouve falar dum desastre, é sempre uma "ocorrência", uma "situação", nunca intervêm pessoas nestas ocorrências, são sempre transeuntes, indivíduos, condutores, pedestres, etc. Por vezes, a polícia, quando a coisa corre mesmo mal, refere-se ao estado destes "intervenientes" como "já em estado de cadáver".

Numa reportagem que vi há dias, numa operação stop, a polícia encontrou um "réptil" de grandes dimensões, na parte posterior de uma viatura, o que, afinal, mais não era do que uma piton na bagageira dum carro...

As pessoas nunca são retiradas dos carros, " os indivíduos são desencarcerados" dos "escombros" ou "destroços" e, normalmente, os jornalistas relatam estas "ocorrências" deste modo: "do acidente resultou uma amálgama de ferros retorcidos", esta é fatídica, a "amálgama de ferros retorcidos".

É comum ouvir um oficial da Brigada de Transito fazer algumas pausas, procurando os termos correctos do paleio oficial, os desgraçados, claro que não têm a culpa, são normas que lhes são, obviamente, impostas pela rotina de procedimentos. Penso que isto se prende com uma necessidade de manter um certo "distanciamento" das autoridades mas, acho que as forças policiais poderiam ousar uma ligeira aproximação, ao mundo dos "vivos". Quando vejo uma reportagem, por exemplo, no Brasil, os polícias falam como toda a gente fala, sem termos "técnicos" que, por vezes fazem com que pareça que estamos a ouvir o Robocop.